◈ Local: Sala Álvaro Moreyra.
◈ Dias: 5, 12, 19 e 26 de outubro, às 20h.
◈ Duração: 60 minutos.
◈ Indicação: a partir de 12 anos.
◈ Entrada: franca.

“Aos Sãos” conta a história do manicômio de Barbacena, que abrigou durante décadas milhares de pacientes de modo desumano. Desempregados, bêbados, mendigos, esposas insatisfeitas, meninas que perdiam a virgindade fora do casamento e outros perturbadores da ordem eram condenados ao exílio e ao abandono. Como não enlouquecer perante tanta injustiça? Como sobreviver vivendo o esquecimento e o não pertencimento social?
Aos sãos! Aos cúmplices da barbárie humana, que condenam os diferentes à margem, às marquises, às calçadas e às praças públicas.
O espetáculo Aos Sãos foi construído de forma que todos os elementos estéticos retratassem a imensidão, fazendo referência ao pátio do Colônia no qual os pacientes passavam os dias abandonados.
O cenário é constituído por uma cortina de juta bege, na frente da rotunda, que remete aos muros do Colônia, representando uma ideia de profundidade e amplitude, na qual os pacientes se tornam pequenos perante a imponência desse lugar. A opção por utilizar um espaço vazio, bem como pouquíssimos objetos em cena, dá-se por duas razões: as dificuldades financeiras de uma montagem independente e a vontade de representar, através de recursos simples, a vastidão do pátio do Colônia, o tédio e o abandono aos quais eram sujeitados os pacientes.
Os figurinos foram baseados nos uniformes utilizados pelos pacientes do Colônia, que podemos visualizar nas imagens do livro Holocausto Brasileiro, de Daniela Arbex e no documentário Em Nome da Razão, de Helvécio Ratton. Eles são feitos de algodão cru, com detalhes em juta e transmitem a ideia de que não pertencem ao paciente. São velhos, grandes e desajustados, justamente pelo fato de serem repassados para um novo paciente, após a morte do paciente que o utilizava anteriormente. Os figurinos, bem como o cenário, foram desenhados pela diretora Thais Andrade.
A iluminação auxilia no clima inóspito desse ambiente. A baixa temperatura de cor faz alusão às lâmpadas brancas de hospitais e ao frio da cidade de Barbacena. As quebras do texto, onde os atores comunicam-se com o público, são feitas em recortes de luz retangulares, como frestas por onde se espia para dentro do Colônia. A criação e a operação de luz é assinada pelo iluminador Luiz Acosta.
A trilha sonora foi composta exclusivamente para o espetáculo e é executada ao vivo pelo violonista Maithan Knabach. O músico fica ao lado da boca de cena tocando seu violão sete cordas. A trilha, ao compor com o espetáculo, transmite momentos alegres e esperançosos, bem como angústias e tristezas dos personagens.
Todos os elementos estéticos do espetáculo foram pensados e definidos juntamente com a construção da dramaturgia, em sala de ensaio. Existe uma preocupação do grupo com a harmonia dos elementos estéticos para que componham o espetáculo, tanto quanto o texto e os atores compõem e, portanto, são essenciais para formular o clima e o ambiente retratado na peça.
➤ Direção: Thais Andrade.
➤ Atuação: Bruna Casali, Juliana Wolkmer, Luiz Manoel, Rafael Bricoli, Raíza Auler Rolim.
➤ Trilha Sonora: Maithan Timm Knabach.
➤ Iluminador: Luiz Acosta.
➤ Figurino e Cenografia: Sandra Amorim.
➤ Orientação: Ana Paula Zanandréa.
➤ Fotos: Jéssica Barbosa e Luiz Paulot.
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Serão disponibilizadas 45 senhas ao público espontâneo 1h antes do início do espetáculo, o restante dos ingressos serão destinados a escolas e instituições com prévio agendamento.
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